NFA abraça com interesse o tema Agricultura Regenerativa. Palestra abordou vários pontos sobre o uso de biológicos, contemplando o mercado brasileiro que lidera essa produção
No encontro virtual das associadas do Núcleo Feminino do Agronegócio, realizado em 27 de abril, os palestrantes convidados, Antonio Carlos Zem e Tânia Mara Sandaniel passaram muitas informações sobre regeneração ambiental biológica, tema tão importante quanto apaixonante.
Biólogo e mestre em Entomologia Agrícola, Antonio Carlos Zem trabalhou na Embrapa e presidiu Crop Life, Sindag (Sindicato da Indústria de Agroquímicos). Hoje, entusiasta do mercado de biológicos ele passou importantes informações: “O Brasil possui um mercado de biológicos que mais cresce no mundo. No entanto, ainda, cerca de 43% dos produtores desconhecem produtos biológicos para controle de pragas, por exemplo. Daqui a dez anos vamos mudar essa curva”, disse. Ele acredita, também, que “daqui a 8 anos os biológicos serão a regra na agricultura sustentável e regenerativa, com o biológico sendo superior ao químico”.
Tânia Mara Sandaniel, que possui especialização em gerenciamento ambiental (ESLQ-USP), com formação pela Univ. Columbia/USA em Digital Strategies, atuou por 30 anos como executiva de negócios em grandes empresas. Ela é sócia fundadora da Biovirtus Soluções Biológicas, produtora e exportadora de uvas sem sementes no Vale do São Francisco, além de diretora da Holding Zempar.
As exposições de usos, soluções, tecnologias aplicadas e resultados causou grande interesse das integrantes do NFA, que elaboraram várias perguntas relacionadas às perspectivas em seus setores de produção com a implementação do uso de biológicos.
Assuntos como alta tecnologia, consórcios de bactérias benéficas que resultam menores emissões de dióxido de carbono, transformando água e resíduos em bioinsumos e bioenergia serão enfocados cada vez mais no agronegócio brasileiro.
Durante o encontro foi ressaltado o grande interesse pela observação e uso dos biológicos em benefício do meio ambiente. “Isso porque abrimos um caminho, empregando novas técnicas, testando hoje as possibilidades de desenvolvimento futuro mais sustentável”, comentou a participante da reunião, Lídia Serio.
Para a vice-presidente do NFA, Letícia Zampieri Jacintho, esses desafios dos produtores rurais podem e devem ser vencidos em conjunto. “Estamos sempre buscando conhecimento, ajustes, técnicas mais naturais e sustentáveis nos nossos negócios. E acho que posso dizer que somos entusiastas dos biológicos”.
Ao final da reunião, Letícia aproveitou para comentar os assuntos que foram abordados: “Essas palestras apontam para a importante questão, isto é, como esses microorganismos podem comandar o futuro da agricultura, com a regeneração do solo. Bom ouvir que o Brasil lidera essa produção e que temos muitos tipos de biomas diferentes para pesquisar. Interessante saber sobre a ação de bactérias e fungos sobre as plantas, ações superiores aos químicos”, sintetizou.
“O mercado é grande e há muito que se fazer para que os biológicos sejam mais conhecidos e utilizados. Está aí uma oportunidade de sair na frente, de promover uma integração maior com o meio ambiente, já que sabemos que o futuro do nosso país está ligado com a produção de alimentos, produção sustentável. E o melhor é que existem no Brasil todas as condições para fazermos isso através dessa revolução biológica, regenerativa, verde. Interessante também ouvir que as áreas de atuação são muito amplas, compostagem, silagem, redução de odores, lagoas, o que nos leva a crer, com otimismo, que temos grandes possibilidades de crescimento nessa área”, completou Letícia.
“Vamos falar mais deste assunto no Congresso das Mulheres”
A presidente do NFA, Carla de Freitas, assim como José Luiz Tejon, que participou da reunião virtual, já adiantaram que o tema Agricultura Regenerativa e o uso de biológicos será levado ao próximo Congresso Brasileiro de Mulheres do Agronegócio, evento que será realizado nos dias 27 e 28 de outubro.