No dia 31 de agosto, mais uma reunião do NFA foi realizada na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), com a presença de associadas, convidadas e da palestrante Dra Luciana Temer, Advogada e Presidente do Instituto Liberta, que abordou o assunto da violência sexual contra meninas e suas consequências.
A violência sexual contra crianças e adolescentes é um flagelo que assola muitas sociedades, deixando marcas profundas e duradouras nas vítimas. No Brasil, os números são alarmantes: de acordo com dados perturbadores, 61,3% das vítimas de estupro são menores de 13 anos, e mais de 80% dos abusos ocorrem por parte de pessoas próximas às vítimas. É uma realidade sombria que exige ação urgente.
A característica insidiosa da violência sexual é que nem sempre causa dor física evidente, tornando muitas vezes difícil para as vítimas identificarem o que estão vivenciando como um crime. Em muitos casos, anos podem se passar até que a vítima compreenda a extensão do abuso sofrido na infância. A ideia distorcida de que tal violência é “uma brincadeira”, uma parte de uma “relação de amor” ou um “segredo” entre adulto e criança perpetua o silêncio.
Além dos abusos físicos, a violência sexual agora se estende ao mundo virtual. A crescente incidência de abusos pela internet resulta em um número crescente de vítimas. Assim como nos casos de abuso físico, os perpetradores conquistam a confiança das vítimas antes de agir, deixando as muitas vezes impotentes.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Liberta revelou que 32% dos adultos entrevistados no Brasil foram vítimas de violência sexual antes dos 18 anos, o que representa aproximadamente 66 milhões de pessoas. No entanto, somente 11% dessas vítimas denunciaram os crimes, e apenas 26% compartilharam suas experiências com alguém. O silêncio impera, e é urgente quebrá-lo.
Para combater esse terrível problema a prevenção é a solução. A informação é a arma mais poderosa nessa luta. Educar crianças, adolescentes, pais e educadores sobre os sinais de abuso, a importância de denunciar casos suspeitos e as formas de prevenção é fundamental.
A criação de parcerias entre escolas, autoridades locais e organizações não-governamentais é essencial para promover uma mudança cultural. Campanhas de conscientização, educação sexual nas escolas, reforço das leis e políticas de proteção às vítimas são medidas cruciais. Tornar o ambiente seguro e acolhedor para que as vítimas possam denunciar sem medo é vital.
A prevenção também passa pela promoção de uma sociedade mais consciente e atenta, onde cada um seja um defensor dos direitos das crianças e adolescentes. Informação é a base dessa transformação, e somente com ela poderemos enfrentar e erradicar essa violência insidiosa que afeta nossas gerações mais jovens.
É hora de unir esforços, romper o silêncio e enfrentar as raízes desse problema para construir um futuro mais seguro e saudável para as crianças e adolescentes do Brasil. O poder da informação pode iluminar esse caminho e dar esperança a milhões de vítimas em potencial.
Por Agência Agrovenki